Onde estará?

Onde estará ela? Minha menina doce que caminhava ao meu lado nas manhãs, minha pequena adorada que irradiava meu dia com aquele sorriso lindo, minha princesa encantadora com aqueles cabelos ruivos que clareavam minha visão? Que mundo injusto! O que eu fiz de errado para que ela fosse embora? Tenho passado noites em claro, lembrando dos momentos que passei ao lado dela, daquele anjo desalmado que fora embora sem sequer me dizer adeus. Que dor horrível... Oh céus!!! Me leve deste mundo, pois nele sem ela não posso ficar. Tem sido dias difíceis, em que me levanto e vou a sua procura, mas não consigo nem ao menos um rastro de seus passos. Me lembro do último dia em que a vi. Ela estava no banco da praça; da nossa praça. Caminhei até ela e percebi no seu olhar um brilho triste, os cabelos estavam trançados e eu tentava me aproximar dela, mas algo me impedia... De repente, ela desapareceu como num sonho, e eu me vi ajoelhado ali, coração angustiado. Parecia mesmo que eu sabia que meu anjo não voltaria. Ingrata. Linda, mas ruim. Tamanha dor me fez até ficar humilde diante do mundo, perdi minha paixão, perdi aqueles cabelos lisos, perdi tudo. Minhas noites nunca mais foram as mesmas depois daquela sexta-feira. O colapso da dor que agora domina meu peito, me fez ficar criativo. Me levantei numa noite e fui para a janela, recitei para a lua, um poema que fiz no momento. “Onde estará ela, com aquele sorriso encantador? Se não a tenho comigo, tudo terminará em dor. Onde perdi meu anjo que ficara antes comigo? Para onde foi ela, me deixando de castigo? Lua me leve embora, não quero neste mundo viver Me leve agora contigo, de qualquer jeito irei morrer Sem meu anjo desalmado, que feriu meu coração Lua me leve agora para ela, ou me atiro neste chão Sei que o que me une a ela é um amor doentio Mas o que posso fazer se só me restou o vazio? Anjo ingrato e infeliz, onde você está não sei Só sei que pela manhã, atrás de você irei. ” Isabel Oliveira.